A relação entre moradia precária e eventos climáticos extremos tem se mostrado cada vez mais preocupante nas cidades brasileiras, como pontua o especialista Pablo Said. Pois, com o aumento das chuvas intensas, das enchentes e dos deslizamentos de terra, muitos moradores de comunidades vulneráveis vivem em constante estado de alerta. Ou seja, esse cenário revela uma realidade alarmante: a desigualdade social amplia os efeitos das mudanças climáticas nas áreas urbanas. Ao longo desta leitura, vamos explorar mais dessa dinâmica e abordar algumas soluções possíveis.
Por que as comunidades em áreas de risco são as mais afetadas?
Em muitas cidades, a expansão urbana desordenada empurra famílias de baixa renda para regiões de encostas íngremes, margens de rios ou áreas de proteção ambiental, de acordo com o conhecedor Pablo Said. Assim sendo, essas localidades, geralmente sem infraestrutura adequada, se tornam verdadeiras armadilhas em períodos de fortes chuvas. Já que a falta de drenagem, saneamento e pavimentação agrava ainda mais os impactos, tornando enchentes e deslizamentos inevitáveis.
Além disso, essas populações enfrentam dificuldades para acessar serviços públicos, como alerta de riscos e socorro emergencial. Logo, com pouca presença do poder público, as medidas preventivas são quase inexistentes, e as tragédias se repetem ano após ano. Dessa maneira, o que poderia ser evitado com planejamento urbano e políticas habitacionais adequadas acaba se transformando em sofrimento coletivo e perdas irreparáveis.
Os principais problemas causados pela moradia precária diante dos eventos climáticos
A moradia precária não protege contra a força da natureza. Uma vez que telhados frágeis, estruturas improvisadas e a falta de fundações firmes tornam essas casas extremamente vulneráveis a chuvas intensas e ventos fortes. Portanto, quando ocorrem deslizamentos, muitas dessas residências simplesmente desabam, colocando vidas em risco e causando destruição total dos pertences das famílias.

Outro problema grave é a insalubridade. Segundo o entendedor Pablo Said, enchentes constantes levam ao acúmulo de lixo, à contaminação da água e à proliferação de doenças como leptospirose e dengue. Assim, sem acesso a serviços básicos de saúde, essas populações enfrentam um ciclo de vulnerabilidade que se agrava a cada novo evento climático extremo. A precariedade da moradia, portanto, vai muito além da estrutura física: ela atinge diretamente a saúde, a segurança e a dignidade das pessoas.
Quais soluções podem reduzir os impactos nas comunidades mais vulneráveis?
Por fim, combater os riscos urbanos exige ações concretas e contínuas por parte do poder público, das organizações sociais e da própria comunidade. A seguir, listamos algumas medidas que podem fazer a diferença:
- Mapeamento de áreas de risco: identificar as regiões mais vulneráveis é o primeiro passo para agir com eficiência e prevenir tragédias.
- Investimento em infraestrutura: construir sistemas de drenagem, muros de contenção e escadarias de acesso seguro pode reduzir significativamente os riscos.
- Programas habitacionais inclusivos: oferecer moradia digna em locais seguros é essencial para realocar famílias em situação de perigo.
- Educação comunitária: campanhas de conscientização sobre riscos e ações emergenciais ajudam as pessoas a se protegerem melhor.
- Monitoramento climático e alertas: sistemas de aviso antecipado permitem que moradores saiam de casa com segurança antes de eventos extremos.
Essas ações devem ser integradas e adaptadas à realidade de cada local, sempre com a participação ativa dos moradores. Dessa maneira, é possível criar um ambiente mais seguro e resiliente diante das mudanças do clima.
Cidades mais justas também enfrentam melhor os desastres
Em resumo, a ligação entre moradia precária e riscos climáticos revela uma ferida aberta nas cidades brasileiras. Pois, não se trata apenas de eventos naturais, mas de uma combinação perigosa entre descaso, desigualdade e falta de planejamento, conforme ressalta Pablo Said. Logo, enquanto comunidades inteiras seguem expostas a perigos previsíveis, a responsabilidade de transformar essa realidade recai sobre o poder público e a sociedade como um todo. Portanto, investir em moradia digna é, acima de tudo, investir em vidas.
Autor: Dan Richter