Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), foi preso pela Polícia Federal (PF) em 9 de agosto de 2023, em Florianópolis, Santa Catarina. A prisão ocorreu no âmbito da Operação Constituição Cidadã, que investigava interferências no segundo turno das eleições presidenciais de 2022. A operação também cumpriu 10 mandados de busca e apreensão em diversos estados.
Operação Constituição Cidadã
A operação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), visava esclarecer o uso indevido da máquina pública para interferir no processo eleitoral. A PF investigava crimes de prevaricação, violência política e obstrução do exercício do sufrágio, entre outros.
Interferência nas Eleições
Durante o segundo turno das eleições, a PRF realizou mais de 500 operações em estradas de todo o país, supostamente para dificultar o trânsito de eleitores. Essas ações foram suspensas após intervenção da Justiça Eleitoral. Apesar de relatos de dificuldades, o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, afirmou que as operações não impediram eleitores de votar.
Carreira de Silvinei Vasques
Natural de Ivaiporã, Paraná, Vasques ingressou na PRF em 1995 e ocupou diversos cargos de gerência e comando. Foi superintendente nos estados de Santa Catarina e Rio de Janeiro e coordenador-geral de Operações. Em abril de 2021, foi nomeado diretor-geral da PRF durante a gestão de Jair Bolsonaro.
Depoimento à CPMI do 8 de Janeiro
Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, Silvinei negou qualquer irregularidade nas operações da PRF durante as eleições e afirmou ter autonomia total na corporação. Ele também admitiu ser alvo de processo por improbidade administrativa no Rio de Janeiro.
Pedido de Voto em Bolsonaro
No sábado anterior ao segundo turno das eleições, Vasques publicou em seu Instagram uma imagem com a bandeira do Brasil e a mensagem “Vote 22, Bolsonaro presidente”. A publicação foi apagada horas depois, mas gerou controvérsia e foi usada como evidência de interferência eleitoral.
Agressão a Frentista
Vasques também foi alvo de um processo interno da PRF por agressão a um frentista em 2000. O caso prescreveu, mas documentos obtidos pela CNN revelam que a expulsão de Vasques da corporação foi recomendada na época.
Decisão de Alexandre de Moraes
Em 8 de agosto de 2024, o ministro Alexandre de Moraes determinou a soltura de Silvinei Vasques, entendendo que os elementos que justificaram sua prisão não se aplicam mais e que ele não representa mais risco às investigações. Vasques também teve o porte de arma suspenso e está proibido de usar redes sociais.