Inovador: reimaginando a educação para os desafios do futuro

Dan Richter
By Dan Richter 4 Min Read
Paulo Twiaschor propõe uma nova visão para a educação, preparada para os desafios e transformações do futuro.

Segundo Paulo Twiaschor, apesar de vivermos em uma era de rápidas transformações tecnológicas, ambientais e sociais, os currículos universitários e técnicos permanecem, em muitos casos, ancorados em paradigmas educacionais do século passado. A estrutura ainda rígida, excessivamente centrada em conteúdos teóricos desconectados da prática e das necessidades emergentes do mercado, não prepara os estudantes para os desafios contemporâneos. 

Competências digitais, pensamento crítico, resolução de problemas complexos e inteligência emocional são frequentemente negligenciadas ou abordadas superficialmente. A defasagem se evidencia quando vemos graduados que, mesmo com diplomas em mãos, enfrentam dificuldades para se adaptar às exigências do mercado de trabalho dinâmico, globalizado e digitalmente interconectado.

Como a revolução digital exige uma educação mais ágil e adaptável?

A digitalização de processos em praticamente todos os setores, impõe uma nova lógica para o desenvolvimento de habilidades, menciona Paulo Twiaschor. Ferramentas como inteligência artificial, análise de dados, automação, programação e plataformas digitais de colaboração já fazem parte do cotidiano de empresas e governos. No entanto, essas tecnologias mal são abordadas na maioria dos cursos técnicos e superiores. 

Além disso, a velocidade com que o conhecimento digital se atualiza exige currículos flexíveis e modularizados, com foco em aprendizagem contínua e baseada em projetos reais. O modelo tradicional, com disciplinas estanques e pouco espaço para a experimentação, simplesmente não dá conta dessa demanda. A educação precisa ser tão dinâmica quanto o mercado em que seus egressos irão atuar.

O que falta para a formação socioemocional ser realmente valorizada?

Outro pilar fundamental negligenciado nos currículos é o desenvolvimento socioemocional. Habilidades como empatia, comunicação, liderança, resiliência e ética são fundamentais para a atuação profissional em ambientes cada vez mais colaborativos e multiculturais. Apesar de amplamente reconhecidas por pesquisas e empregadores como essenciais, essas competências ainda são vistas como “intangíveis” ou difíceis de mensurar, e, por isso, recebem pouca atenção nos programas formais de ensino. 

Paulo Twiaschor
Com olhar inovador, Paulo Twiaschor reimagina a educação como ferramenta essencial para um amanhã mais adaptável e consciente.

Para Paulo Twiaschor, incorporar o desenvolvimento socioemocional à formação requer uma mudança de mentalidade: mais do que conteúdos, trata-se de criar experiências, metodologias ativas, dinâmicas de grupo e avaliações formativas que promovam o autoconhecimento e a inteligência interpessoal.

Quais modelos de ensino já apontam para o futuro?

Diversas iniciativas ao redor do mundo mostram caminhos promissores, pontua Paulo Twiaschor. Universidades como o MIT e a Minerva Schools têm adotado modelos baseados em competências, aprendizagem ativa e metodologias híbridas. No Brasil, programas como o do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), que incorporam laboratórios de inovação e currículos flexíveis, começam a ganhar destaque. 

Outro exemplo são os bootcamps e cursos técnicos de curta duração que, com foco prático e intenso, formam profissionais prontos para atuar em áreas como ciência de dados, UX design e cibersegurança. Esses modelos compartilham um princípio comum: o aluno no centro do processo de aprendizagem, com autonomia, protagonismo e contato direto com problemas reais.

Conclui-se assim que reformular os currículos universitários e técnicos para atender às demandas do século XXI não é apenas uma tendência: é uma urgência. Para Paulo Twiaschor, o primeiro passo é reconhecer que o modelo atual está obsoleto diante das transformações digitais, ambientais e humanas que moldam nosso presente e futuro. 

Autor: Dan Richter

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